Andy Serkis prevê o futuro da tecnologia de captura de movimento

Andy Serkis prevê que o futuro da tecnologia de captura de movimento será muito parecido com deepfakes. O ator e diretor inglês é virtualmente sinônimo da captura de movimento, tendo trabalhado com isso em vários papéis de alto perfil ao longo de sua carreira. O mais recente filme de direção de Serkis, Venom: Tempo de Carnificina, da Sony, está passando agora nos cinemas brasileiros.

Há um debate contínuo sobre se a captura de movimento, que envolve gravar e recriar digitalmente os movimentos de um ator, é mais um efeito visual do que uma atuação. Ele chamou a atenção do público pela primeira vez por sua interpretação de Gollum na trilogia ‘O Senhor dos Anéis’ de Peter Jackson, que alguns críticos consideraram merecedora de uma indicação ao Oscar, apesar da natureza do personagem gerado por computador. Ele então continuaria desenvolvendo a tecnologia como King Kong no remake de Jackson de 2005 e como César em Planeta dos Macacos, o que rendeu a ele (e aos outros membros do elenco) uma tremenda aclamação.

Como alguém na vanguarda da captura de movimento, Serkis está no lugar perfeito para prever o que o futuro nos resguarda. O ator acredita que a tecnologia está em constante evolução para traduzir melhor e mais completamente a atuação do ator, a ponto de eventualmente substituir o rosto de alguém por completo.

Em termos de performance, captura, o método de captura facial está evoluindo o tempo todo e os detalhes, as nuances no final, a performance raiz real que você consegue de um ator, e a tradução disso no final está chegando cada vez mais perto. […] As pessoas já me criticaram antes por dizer que é como maquiagem digital, mas está se tornando outra coisa. Acho que você será capaz de interpretar alguém da história da fotogrametria e ter um rosto real de Abraham Lincoln que você interpretará, em vez de um rosto esculpido.

Em outra parte da entrevista, Serkis, brincando, admite se sentir um pouco responsável pela era atual de deepfakes, em que alguém em um vídeo existente é substituído pela imagem de outra pessoa. Embora visto em muito vídeos amadores, a estratégia guiada pela IA tornou-se notável no cinema e na TV por seu potencial mais sinistro de permitir que os estúdios incorporem um ator sem seu envolvimento real. Por exemplo, a Disney desenvolveu uma tecnologia deepfake que afirma poder ser usada para facilitar novas performances de estrelas mortas há muito tempo.