Crítica: Casa Gucci

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Casa Gucci chegou aos cinemas carregando em seus ombros a responsabilidade de contar a história de um crime chocante envolvendo uma das maiores marcas do mundo, e apesar de alguns deslizes, a obra não decepciona. A trama do filme é focada no conturbado relacionamento de Patrizia Reggiani e Maurizio Gucci, um dos herdeiros da empresa, porém a produção também aborda a história da Gucci e sua tentativa de se reinventar.

Após assistir Casa Gucci, confesso que o roteiro me deixou com uma sensação ambígua, pois ao mesmo tempo que o filme tem um bom ritmo, e mesmo tendo uma longa duração, ele não se torna cansativo, ficou o sentimento de que a história foi simplificada.

Mesmo para quem não tem conhecimento dos detalhes da realidade dos fatos, fica bem claro que diversos acontecimentos são retratados de forma simplista, que o desenvolvimento de alguns personagens não foi bem construído e sem contar diversas conveniências narrativas, como alguns encontros fortuitos. Tudo isso até poderia ser justificado pelo ritmo que o diretor Ridley Scott quis dar ao filme, mas havia tempo de sobra para que alguns detalhes fossem melhor trabalhados.

O figurino e a fotografia estão estonteantes, a ambientação dos anos 80 e 90 é maravilhosa, as peças de roupa usadas pelo elenco principal e os cenários conseguem remeter à grandiosidade e a riqueza do império da família Gucci, além de trazer um toque de nostalgia para quem viveu nesta época.

Em relação ao elenco principal, quase todos entregam ótimas atuações, mas Jeremy Irons e Selma Hayek são muito prejudicados pelas simplificações do roteiro que citei acima e Jared Leto entrega uma atuação extremamente caricata de Paolo Gucci, já Al Pacino está fantástico como sempre, e convence como Aldo Gucci, um dos veteranos da empresa.

Adam Driver continua provando ser um dos melhores atores de sua geração, interpretando um dos protagonistas, Maurizio Gucci, ele consegue demonstrar toda a evolução de seu personagem e até mesmo como sua personalidade vai se transformando de forma assustadora ao longo da trama. Porém, quem realmente rouba a cena é Lady Gaga, no papel de Patrizia Reggiani, ela encarna uma mulher ambiciosa, decidida e que não mede esforços e nem ações para alcançar todos os seus grandes objetivos.

No final das contas, Casa Gucci, apesar de ter suas deficiências narrativas, é um filme que entretém o espectador, tem grandes atuações, consegue contar uma história baseada em fatos reais impressionante de forma eficiente e mostra como a ambição pelo dinheiro pode ser destrutiva.

Nota 7,5