Durante as filmagens de Springsteen: Salve-me do Desconhecido, o diretor Scott Cooper relatou que vários membros da equipe técnica precisaram deixar o set após uma cena extremamente emocional. O filme, estrelado por Jeremy Allen White como Bruce Springsteen, foca no período em que o músico gravou o álbum Nebraska, um dos trabalhos mais introspectivos e sombrios de sua carreira.
Em entrevista ao ScreenRant, Cooper revelou que a cena em questão retrata um dos momentos mais delicados da vida do cantor: a relação conturbada com o pai. O diretor destacou que o trecho em que o personagem do pai diz “Eu dirijo um ônibus agora” — em tom resignado — foi tão comovente que parte da equipe técnica deixou o set chorando.
“Alguns membros da equipe tiveram que sair naquele dia. O que estavam vivenciando é algo muito universal e identificável. Muitos homens cresceram sem ouvir do pai que eram amados ou motivo de orgulho.”
O cineasta explicou que a relação entre Bruce e seu pai foi marcada por complexidade emocional e sofrimento psicológico, já que o pai do cantor sofria de esquizofrenia não tratada. Ele afirmou que a terapia ajudou Springsteen a compreender que a falta de afeto paterno não vinha de desamor, mas de incapacidade emocional e dor não resolvida.
“Acho que a terapia ajudou Bruce a perceber que seu pai estava sofrendo e não conseguia amar o filho porque não amava a si mesmo. O primeiro passo para a reconciliação é a compreensão.”
Lançado recentemente, Springsteen: Salve-me do Desconhecido recebeu críticas mistas, com 61% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas conquistou o público, que lhe deu 85% de aprovação. O filme, exibido em festivais como Telluride e Nova York, tem emocionado espectadores que se identificam com os temas de paternidade, dor e perdão.
Cooper encerrou dizendo que espera que a história inspire quem enfrenta situações parecidas a buscar ajuda e reconciliação:
“Minha esperança é que as pessoas vejam o filme e encontrem o mesmo tipo de compreensão e cura que Bruce encontrou.”