Crítica: Homem-Aranha: Sem Volta para Casa

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Contém SPOILERS sobre o filme!

Ao longo de mais de 10 anos o MCU nos entregou dezenas de filmes que mobilizou milhões de pessoas dentro de uma sala de cinema. Pantera Negra, Vingadores Guerra Infinita, Vingadores Ultimato e tantos outros que fizeram até quem não sabe o significado da palavra “nerd” vestir uma camisa de super herói e ir para a porta de um cinema na pré estreia de algum desses filmes, mas nada, absolutamente nada se compara ao fenômeno Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.

Assim como a Liga da Justiça de Zack Snyder, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa também foi uma conquista de fãs. Sempre houve um desejo nerd molhado de ver nas telonas Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland, na verdade essa vontade existe bem antes da bem sucedida animação da Sony Homem Aranha no Aranhaverso, porém tudo não passava de pura teoria de fãs, mas depois de Vingadores Ultimato com a possibilidade de multiversos dentro do MCU, fãs começaram à inflamar a internet com montagens perfeitas dos três aranhas juntos e tudo isso acentuou àquela vontade antiga, daí em diante foi uma enxurrada de teorias, perseguições aos atores e milhares, talvez milhões de pedidos para a Sony fazer isso acontecer. Não podemos esquecer que se spider-man pertencesse hoje a Marvel isso seria praticamente impossível, pois Kevin Feige com todo seu controle criativo jamais iria permitir que atores outrora criticados por ele como Homem Aranha (Andrew Garfield) voltasse ao papel desse que é o maior herói dos estúdios Marvel. Se você teve a possibilidade de receber esse suco de fã service agradeça ninguém mais ninguém menos que Avi Arad, o tão odiado produtor do MCU foi o responsável não só pela ideia de reunir todos esses atores em tela, como também de ir atrás deles e convencer eles a tal.

Mas e o filme?

O filme tem uma áurea de Star Wars – Ascenção Skywalker, no sentido que ele é basicamente um filme recheado de fã service do início ao fim e você percebe claramente que o diretor se preocupa a todo tempo em agradar o fã que estava descontente com os rumos que a franquia estava tomando. No caso de Star Wars não deu certo, pelo contrário! No caso de Homem aranha não só deu certo, como o tão odiado Jon Watts entrará para o panteão de diretores mais amados pelos fãs. Jon acerta em cheio em trazer de volta a nostalgia, misturado com um tom fortemente inspirado pelos quadrinhos e usar tais elementos para amadurecer a personalidade de Peter Parker. Uma das maiores críticas ao Peter Parker de Tom Holland era sua imaturidade e sua capacidade iminente de colocar a vida dos seus amigos em perigo por nada, basta lembrarmos de Homem Aranha Longe de Casa. Aqui o diretor opta por trazer para a franquia do personagem exemplos passados que deram muito certo e usá-los como recurso narrativo. O humor aqui é bem utilizado e não fica nem um pouco exagerado como é de costume dos filmes do Tom Holland. Nesse filme tanto Ned quanto M.J recebem uma importância única que não havia sido explorada até então, principalmente para o Ned que vai de nerd hacker para um aprendiz de feiticeiro. Mas é com M.J que o núcleo emocional se estabelece, o fato de o amor da vida de Peter Parker não se lembrar mais de sua existência, somado a morte de sua tia May torna a vida do até então adolescente Peter em um desafio tão importante e sério quanto do Tobey Maguire em Homem Aranha 2 e o fim desse ciclo nos mostra o Tom que a franquia irá tomar.

A aparição de Andrew Garfield e Tobey Maguire foi algo tão ovacionado nas salas de cinema quanto um fim de Copa do Mundo, atrevo sim à dizer que foi mais ovacionado que Vingadores Guerra Infinita e Vingadores Ultimato, você via dezenas de pessoas chorando e não pra menos, Peter acabou de perder sua tia, pensa em desistir de tudo e a icônica frase “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades” é dita por ele e completada por Tobey, sério isso me fez chorar e à partir daí vemos uma verdadeira sessão de terapia entre os três homens aranhas que nos mostra que todos eles têm desafios em comum, porém seus maiores desafios é defender o mundo das ameaças. Pra mim nada se compara com a aparição de Matt Murdock no filme interpretado pelo ator Charlie Cox, o mesmo da série da Netflix e tudo isso no mesmo dia que o rei do crime aparece na série do gavião Arqueiro. O filme vai agradar velhos, adultos, crianças e adolescentes e para mim esse já é o maior e melhor filme do MCU.

Nota: 4.8/5