Duna | Crítica

Nós já tivemos grandes adaptações de livros de sucesso para o cinema, porém trazer Duna para as telonas parecia uma tarefa muito difícil que poucos diretores conseguiriam realizar, mas para nossa sorte Denis Villeneuve era a pessoa certa para esta missão.

O caminho que o filme segue para adaptar o livro de Frank Herbert pode não ser perfeito, mas foi o melhor a ser seguido, pois ao mesmo tempo que a produção consegue ser fiel à obra original, ela também tenta inserir liberdades narrativas para que os fãs de ficção científica que não tenham lido o livro também se envolvam pela história.

A forma como o filme se desenvolve é bem interessante, porém pode não agradar à todos, no primeiro ato por exemplo, os personagens e os acontecimentos são inseridos de forma muito prática e eficiente, porém ao longo da obra, o ritmo vai sendo alternado entre momentos contemplativos, que podem ser considerados cansativos para alguns, cenas de ação frenéticas e acontecimentos essenciais para a história. Olhando para o filme como um todo, pode-se afirmar que a fórmula usada na condução do roteiro se aproximou da ideal, ainda que alguns momentos possam ter se arrastado um pouco mais do que deveriam.

Duna' se aproxima de US$ 300 milhões em bilheteria

Em relação aos aspetos técnicos, Duna se aproxima da perfeição, os cenários são absolutamente deslumbrantes, a fotografia está impecável com planos abertos que conseguem capturar toda a grandiosidade dos acontecimentos, além do figurino que traz uma identidade visual maravilhosa e distinta para cada um dos povos de lugares diferentes.

Passando para o elenco, a grande maioria entrega um ótimo trabalho, Oscar Isaac traz a imponência que seu papel necessita, ao mesmo tempo que consegue transmitir toda a tensão que o seu personagem carrega nos ombros. Rebecca Ferguson rouba a cena em diversos momentos, mostrando em sua interpretação a culpa e os dilemas que sua personagem tem que lidar.

Jason Momoa não está perfeito no quesito dramático, mas traz o que o papel pede a ele, demonstrando força e lealdade e entregando grandes cenas de ação. Porém o grande destaque do filme é o seu protagonista Timothée Chalamet, o jovem ator consegue demonstrar todo o turbilhão emocional pelo qual o seu personagem está passando e vai moldando sua personalidade de acordo com os acontecimentos.

Timothée Chalamet foi a "primeira e única escolha" para protagonizar Duna,  diz diretor

Duna é um espetáculo visual, tem cenas emocionantes, grandes atuações e apesar de ter momentos que podem ser considerados maçantes, o filme consegue adaptar uma das maiores obras da história da ficção científica para o cinema com maestria, sendo fiel às origens e atraindo novos fãs. Nota: 8/10