Duna | Crítica
Nós já tivemos grandes adaptações de livros de sucesso para o cinema, porém trazer Duna para as telonas parecia uma tarefa muito difícil que poucos diretores conseguiriam realizar, mas para nossa sorte Denis Villeneuve era a pessoa certa para esta missão.
O caminho que o filme segue para adaptar o livro de Frank Herbert pode não ser perfeito, mas foi o melhor a ser seguido, pois ao mesmo tempo que a produção consegue ser fiel à obra original, ela também tenta inserir liberdades narrativas para que os fãs de ficção científica que não tenham lido o livro também se envolvam pela história.
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A forma como o filme se desenvolve é bem interessante, porém pode não agradar à todos, no primeiro ato por exemplo, os personagens e os acontecimentos são inseridos de forma muito prática e eficiente, porém ao longo da obra, o ritmo vai sendo alternado entre momentos contemplativos, que podem ser considerados cansativos para alguns, cenas de ação frenéticas e acontecimentos essenciais para a história. Olhando para o filme como um todo, pode-se afirmar que a fórmula usada na condução do roteiro se aproximou da ideal, ainda que alguns momentos possam ter se arrastado um pouco mais do que deveriam.
Em relação aos aspetos técnicos, Duna se aproxima da perfeição, os cenários são absolutamente deslumbrantes, a fotografia está impecável com planos abertos que conseguem capturar toda a grandiosidade dos acontecimentos, além do figurino que traz uma identidade visual maravilhosa e distinta para cada um dos povos de lugares diferentes.
Passando para o elenco, a grande maioria entrega um ótimo trabalho, Oscar Isaac traz a imponência que seu papel necessita, ao mesmo tempo que consegue transmitir toda a tensão que o seu personagem carrega nos ombros. Rebecca Ferguson rouba a cena em diversos momentos, mostrando em sua interpretação a culpa e os dilemas que sua personagem tem que lidar.
Já Jason Momoa não está perfeito no quesito dramático, mas traz o que o papel pede a ele, demonstrando força e lealdade e entregando grandes cenas de ação. Porém o grande destaque do filme é o seu protagonista Timothée Chalamet, o jovem ator consegue demonstrar todo o turbilhão emocional pelo qual o seu personagem está passando e vai moldando sua personalidade de acordo com os acontecimentos.