Em entrevista, Joe Benett revela que não foi demitido da Marvel, entenda

Texto por: Charlie Daikovsky

Na última noite do dia 22, o desenhista paraense Joe Bennett concedeu uma entrevista exclusiva para o canal Terça Livre, aonde revelou detalhes do seu cancelamento por parte do roteirista Al Ewing.

A expectativa para tais declarações era alta, tendo em vista que a internet foi pega de surpresa nas últimas semanas com a notícia do desligamento do desenhista de ‘Imortal Hulk’ da Marvel, tendo em vista que seu trabalho ao longo de 50 edições não só tiveram altos números em vendas como também recebeu várias indicações ao prêmio Eisner (premiação mais importante dos quadrinhos).

Ao lado de Luciano Cunha (Autor de ‘O Doutrinador’ e artista igualmente cancelado) Joe Benett falou sobre detalhes obscuros envolvendo esse caso, em determinado momento ele diz que havia acabado de perder seu filho e seu corpo não foi respeitado:

“Em 2019 houve aquela briga na Jovem Pan envolvendo o Augusto Nunes e tudo mais… Eu fiquei do lado do Augusto Nunes e fui acusado de estar promovendo a violência contra a imprensa, mas eram dois jornalistas brigando e eu apenas fiquei do lado de um deles. E eu fiz um coisa que o Luciano (Autor de ‘O Doutrinador’) diz que não deve se fazer, mas eu fiz realmente de coração porque eu estava fragilizado e acabei falando que fui violento no que falei e eu não sou violento, então pedi desculpas! Não adiantou muito e a partir daquele momento eu recebi uma marca de fascista, taxista etc. Pisaram muito em mim, me humilharam muito e ameaçaram minha família e eu havia perdido um filho, meu filho tinha falecido um mês antes e mesmo assim pisaram em cima do corpo do meu filho…”

A entrevista segue com o relato do artista sobre os bastidores do caso, abalado com os ocorridos, ele enfatiza a falta de consideração com a memória de seu filho (referência a comentários sarcásticos que ele sofreu na época à respeito da morte de seu filho).

A acusação de antissemitismo

Em seguida, Joe entra nos detalhes do caso mais recente que gerou repercussão por conta da thread do autor britânico Al Ewing envolvendo uma acusação por parte do autor de antissemitismo, Bennet diz:

“Início do ano eu fui acusado de ser antissemita por uma ilustração que eu fiz do Hulk, sendo que eu tinha assistido um filme do Adam Sandler chamado ‘Joias brutas’, um filme muito bom e ele se passa em NY na rua das jóias e até onde eu saiba, os judeus que tem aquelas lojas ali, vendem e tudo mais e durante meu run no Hulk eu sempre gostei de colocar referências dos filmes na história e como o Hulk era uma história de terror eu colocava muitas referências, muitas referências de filmes de terror dos anos 80, ali que a gente era adolescente e gostava muito, e decidi colocar uma referência desse filme que eu havia gostado muito e coloquei um personagem comprando uma joia na joalheria e eu desenhei na janela a Estrela de Davi, mas como eu não sou um exímio expert em inglês, eu escrevi joalheria de uma forma errada que parecia uma ofensa aos judeus e eu só quis escrever “joalheria”; veja bem, começaram a me acusar de antissemitismo, enfim (neste momento, um dos âncoras do programa, Allan dos Santos o interrompe e diz que quem o acusou é a Hydra, uma referência direta à organização nazista do universo Marvel). Exatamente, a Hydra me acusou de ser antissemita (concorda Joe Bennett) a inteligência da Hydra é uma porcaria pois não entende como funciona a produção de um gibi”

Em seguida, ele explica que os bastidores da produção de um gibi envolve dezenas de pessoas e que, se ,de fato, o desenho fosse ofensivo ele não teria sido aprovado, em seguida do Bennet fala sobre a posição da Marvel em relação ao assunto e diz que a Marvel pediu para ele escrever uma nota.

De fato, Joe Benett não foi demitido, pois ele diz que nunca havia sido contratado pela Marvel e que seus trabalhos pra ela era como “freela”, sem contrato, apenas trabalhos informais (prática extremamente comum na indústria de quadrinhos), portanto ao finalizar ‘Hulk Imortal’, ele e a Marvel, em comum acordo, resolveram dar fim aos trabalhos conjuntos.

Lá para 1:00 de vídeo, ele e Luciano Cunha, anunciam projetos juntos envolvendo um grande nome da indústria dos quadrinhos, o norte americano Chuck Dixon, dentre eles estão “Witch Stalker – Death birds of the amazon” e “Red Hornet”, duas histórias produzidas por Joe Benett e Luciano Cunha em parceria com Chuck Dixon.

O link para a entrevista e para a thread de Al Ewing você encontra aqui:

https://twitter.com/Al_Ewing/status/1433473008996397062
https://youtu.be/qj1g53adRlE

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