
O lendário cineasta Francis Ford Coppola está vendendo alguns de seus bens mais preciosos após o fracasso comercial de Megalopolis, seu ambicioso projeto de ficção científica. Segundo o Los Angeles Times, o diretor colocou à venda sua valiosa coleção de relógios, incluindo um raro protótipo F.P. Journe FFC, avaliado em mais de US$ 1 milhão, como forma de amenizar o impacto financeiro do filme.
Megalopolis, lançado em 2024, arrecadou apenas US$ 14 milhões mundialmente, apesar de ter custado mais de US$ 120 milhões — grande parte do orçamento financiada do próprio bolso de Coppola. O projeto, descrito pelo cineasta como uma meditação sobre civilização e ambição humana, foi um dos maiores riscos artísticos e financeiros de sua carreira.
Mesmo com uma trajetória marcada por obras-primas como O Poderoso Chefão, Apocalypse Now e Drácula de Bram Stoker, Coppola tem enfrentado dificuldades financeiras e críticas mistas nas últimas décadas. Megalopolis era visto como seu grande retorno ao cinema autoral, mas o resultado nas bilheterias acabou se tornando uma das maiores decepções recentes de Hollywood.
Embora vender bens pessoais seja uma prática comum entre artistas independentes que bancam seus próprios projetos, o caso de Coppola se destaca pela escala: poucos diretores de sua magnitude arriscam tanto capital próprio em um único filme.
Com a venda dos relógios — sete ao todo —, o diretor tenta recuperar parte das perdas, mas a quantia arrecadada dificilmente compensará o rombo financeiro. O episódio simboliza a paixão inabalável e o risco extremo que sempre definiram a carreira do cineasta, cuja última grande bilheteria foi Drácula, em 1992.
Mesmo diante das dificuldades, Coppola segue sendo lembrado como um dos nomes mais visionários e ousados da história do cinema, disposto a colocar tudo em jogo — inclusive seu patrimônio pessoal — em nome da arte.