
Antes de avançar com sua oferta bilionária pela Warner Bros. Discovery, a Netflix chegou a considerar algo ainda mais ambicioso: a compra da Disney. A informação foi revelada pela Bloomberg, que apontou que a liderança da plataforma de streaming discutiu internamente a aquisição de praticamente todos os grandes ativos de entretenimento colocados à venda nos últimos anos — incluindo Disney, Fox e até a gigante dos games Electronic Arts.
Apesar das conversas, a ideia nunca saiu do papel. Segundo o relatório, os executivos da Netflix não conseguiram chegar a um consenso sobre a compra da Disney, principalmente por receio de impactar negativamente o valor das ações da empresa. Havia o temor de que pagar demais por um estúdio negociado a múltiplos mais baixos enviasse um sinal negativo aos investidores e criasse desconfiança no mercado.
As revelações surgem em meio à intensa disputa pela Warner Bros. Discovery, após a Netflix fazer uma oferta estimada em US$ 82,7 bilhões. A Paramount respondeu com uma proposta hostil ainda maior, no valor de US$ 108,4 bilhões, escalando rapidamente a batalha corporativa. Mesmo assim, os CEOs da Netflix, Ted Sarandos e Greg Peters, afirmaram que já esperavam essa reação e reforçaram confiança total em sua proposta, classificando o acordo como positivo para acionistas, consumidores e empregos na indústria do entretenimento.
O conselho da Warner Bros. Discovery confirmou que está analisando cuidadosamente as ofertas concorrentes e prometeu comunicar sua recomendação oficial aos acionistas dentro do prazo legal. Caso a aquisição pela Netflix se concretize, a empresa passaria a controlar gigantescas propriedades intelectuais, incluindo DC Comics, Harry Potter, Looney Tunes e outras marcas históricas.
Em meio à preocupação de Hollywood sobre o impacto dessa possível aquisição nos lançamentos cinematográficos tradicionais, Sarandos tratou de tranquilizar o mercado. Ele garantiu que a Netflix não pretende enfraquecer o cinema e que os filmes da Warner continuariam sendo lançados nos cinemas da mesma forma que são hoje, citando exemplos recentes de sucessos de bilheteria do estúdio.
A revelação de que até a Disney esteve na mira da Netflix escancara a escala das ambições da plataforma, sinalizando uma mudança profunda no equilíbrio de poder da indústria do entretenimento — independentemente de quem vença a disputa pela Warner Bros. Discovery.