O filme de terror tão aterrorizante que assustou o diretor de ‘O Exorcista’

Em 2014, William Friedkin, diretor do renomado filme de horror de 1973, “The Exorcist”, expressou via Twitter que nunca tinha visto um filme mais aterrorizante do que “The Babadook”, a estreia cinematográfica de Jennifer Kent. Essa afirmação notável não foi a única aclamação para o filme de horror australiano de baixo orçamento; Edgar Wright também o chamou de “uma estreia terrificante” que as “pessoas precisam ver”, preferencialmente nas telonas.

“The Babadook” inicia-se com o pior dia da vida de Amelia (interpretada por Essie Davis): o nascimento de seu filho Samuel (Noah Wiseman), que é simultaneamente o dia em que seu marido perde a vida em um acidente de carro. A trama se desenrola com a crescente tensão entre mãe e filho, exacerbada pela presença perturbadora de um livro de histórias infantis, “Mister Babadook”, que descreve um monstro e proclama que, uma vez que os leitores estejam cientes de sua existência, não há como escapar de suas garras malévolas.

O filme explora temas profundos e, por vezes, tabus, como a maternidade e suas complexidades, especialmente quando permeada por sentimentos de ansiedade, depressão e exaustão. Kent, que começou sua carreira como atriz e posteriormente se tornou aprendiz de direção sob a orientação do controverso Lars von Trier, aborda a maternidade de uma maneira que desafia as representações frequentemente otimistas e simplificadas vistas em outras mídias. Em uma entrevista ao The Guardian, Kent revelou que escreveu um e-mail para Trier afirmando que preferiria “enfiar alfinetes nos [seus] olhos do que ir para a escola de cinema”, uma abordagem que aparentemente ressoou com Trier, que a permitiu acompanhá-lo durante as filmagens de “Dogville”.

“The Babadook” também encontrou vida além do filme como um ícone LGBTQ+. Embora as razões exatas para isso possam ser difíceis de determinar, o personagem Mister Babadook foi adotado pela comunidade, talvez em parte devido ao fato de que ele vive literalmente em um armário e se expressa através de livros pop-up extravagantes. Karen Tongson, professora associada de estudos de gênero e inglês na USC, explicou em uma entrevista ao LA Times que “para pessoas que viveram muito de seu amor e sua paixão no armário, ou que se sentiram demonizadas na cultura mais ampla, é muito fácil encontrar pontos de identificação com monstros”.

O filme, que aborda a maternidade, depressão, ansiedade e, possivelmente, questões de identidade e orientação sexual, ressoa de maneiras diferentes com diferentes públicos, oferecendo uma rica tapeçaria de interpretações e significados.