Revisitando ‘Batman’ e ‘Batman: O Retorno’

Remasterizado em:

Após anos sem rever e com o anúncio do retorno de Michael Keaton ao papel de Batman no filme solo do Flash, decidi rever Batman e Batman: O Retorno dirigidos por Tim Burton, será que continuam bons?

Batman:

O primeiro filme do Batman com Michael Keaton com certeza é um clássico absoluto dos filmes de super-heróis, pois foi a primeira vez que vimos um filme sombrio do personagem visto que antes deste filme só tínhamos um filme do Batman que foi protagonizado por Adam West, que tinha abordagem muito diferente da que vimos nos quadrinhos, e no filme com Michael Keaton tivemos algo bem sombrio que é bem mais próximo dos quadrinhos. Tim Burton nos trouxe a melhor estética possível para um filme do Batman, com uma Gotham City com uma pegada extremamente gótica, trazendo um clima denso e escuro, transformando cada rua em algo único. Seguindo esta linha noir de Gotham City, Burton impressiona apresentando o melhor Batmóvel e a melhor batcaverna já vista em um filme do Batman, e foi tão impactante que se tornou referência para outras adaptações do personagem, especialmente a animação Batman: Animeted Series que não só trazia a estética do filme mas também trouxe a mesma trilha sonora que tornou a trilha mais icônica do personagem.

Na época que Michael Keaton foi anunciado como Batman, muitos fãs criticaram a escolha, pois era um ator que vinha de filmes de comédia e um deles dirigido por Tim Burton, mas felizmente estes fãs estavam errados, pois Keaton mandou muito bem como Batman, pois conseguiu passar uma onipotência incrível quando estava trajado, tendo uma sacada genial ao passar seu ar sombrio do Batman e com um olhar perturbador que faz qualquer um sentir medo. Tim Burton colocou esse olhar como um dos principais destaques, pois há vários momentos que ele põe a câmera focando no olhar do Keaton. Minha única ressalva ao Batman deste filme é o fato dele matar, e o Batman nos quadrinhos não mata, visto que é um dos seus principais códigos morais, pois é isso que diferencia ele dos bandidos que enfrenta todas as noites nas ruas de Gotham. Falando sobre matar, o Batman neste filme mata vários capangas do Coringa em uma usina, joga um capanga do Coringa da torre de uma igreja e por fim mata o Coringa, e faz tudo sem sentir remorso.

O Coringa de Jack Nicholson é uma das melhores coisas do filme, pois ele consegue não trazer toda a insanidade do personagem, mas também trás o lado cômico que é algo muito presente nos quadrinhos, e inclusive ele tem uma origem bem semelhante da origem apresentada por Alan Moore na HQ Batman: A Piada Mortal que influenciou bastante o Coringa de Jack Nicholson. O único problema, foi terem conectado ele a origem do Batman, e tira um pouco do peso da morte dos pais do Bruce, pois nos quadrinhos a mensagem que nos trás é que não foi um bandido que matou Thomas e Martha Wayne, mas sim Gotham City e como consequência também criou o Batman, mas infelizmente não tivemos isso no filme.

Nota: 9,0

Batman: O Retorno

Em 1992 foi lançado a sequência de Batman de 1989, que é um dos filmes mais polêmicos do personagem, pois conta com altos níveis de violência e sexualidade, mas não acho que este seja o problema do filme. Os problemas do filme são outros como por exemplo a abordagem que escolheram para Pinguim, pois apesar de Dany DeVito ter uma ótima atuação, não há como negar que Burton foi fantasioso demais, fazendo com que Pinguim tenha sido abandonado pelos pais quando bebê em um esgoto e neste mesmo esgoto existir vários pinguins que cuidarão dele.

Michael Keaton continua ótimo como Batman, apesar de aparecer pouco no filme, mas o problema que teve no primeiro filme permaneceu neste, que é o Batman matar sem mais nem menos, inclusive, há uma cena dele sorrindo após colocar uma bomba em um dos capangas do Pinguim.

Michelle Pfeiffer como Mulher Gato é um dos pontos mais altos do filme, pois ela trás uma das melhores (talvez a melhor) interpretação da personagem no cinema, trazendo toda a sensualidade e os trejeitos que a Mulher Gato tem nos quadrinhos. Ela também tem uma ótima química com Michael Keaton. Alias, o filme nos dá a entender que o relacionamento dos dois ainda seria desenvolvido no terceiro filme com Tim Burton, mas infelizmente por conta das críticas que o filme sofreu na época, o diretor foi substituído por Joel Schumacher no terceiro filme e decidiu fazer algo totalmente diferente da abordagem que tínhamos nos dois primeiros filmes.

Nota: 8,0

Pipoca Extra: