Se isso não for feito a DC vai acabar, explico:

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No dia 16 de outubro foi ao ar a segunda edição do aclamado evento da DC comics, o DC Fandome, uma espécie de Comic Con focada no universo da DC. No ano de 2020 foi um sucesso, trazendo o primeiro trailer de The Batman, trailer do tão aguardado Snydercut, artes conceituais de The flash e de Adão Negro, confirmações de séries e muito mais.

Esse ano o evento seguiu a linha de 2020, porém adicionou homenagens à personagens como Mulher Maravilha em um painel exclusivo com Patty Jenkins, Lunda Carter e Gal Gadot, para celebrar os 80 anos da princesa das Amazonas, a Mulher Maravilha. Também foi exibida um painel sobre Smallville para celebrar os 20 anos da série com Tom Welling e Michael Rosenbaum, com a participação de vários atores do elenco da série. Também tivemos painéis com Jim Lee comentando a recente saga de Jon Kent, o filho do superman que se assumiu bissexual nos quadrinhos recentemente.

Foi revelado também um curto vídeo mostrando um pouco de Adão Negro, uma nova aposta da DC nos cinemas com The Rock no papel principal. Também teve um painel aonde foi exibido um poster conceitual do filme do Besouro Azul, um filme exclusivo para o HBO Max.

Um novo traje do Arraia Negra também foi divulgado junto ao novo traje do Jason Momoa como Aquaman. Mas algo que me chamou bastante atenção foi o anúncio de um universo animado baseado nos personagens da Milestone, casa do super herói Super Choque e outros personagens negros que pertencem à DC Comics.

Mas o ponto alto do evento de fato foi o trailer/teaser de The Flash, que foi basicamente uma afirmação de que o filme será uma adaptação fiel da história do Flashpoint, onde Barry Allen volta ao passado para impedir a morte de sua mãe e bagunça com as linhas temporais. E obviamente o magnífico trailer de The Batman após o painel com Zoe Kravitz, Robert Pattinson e Matt Reeves, onde ambos compartilharam um pouco de suas experiências pessoais no processo de filmagem, e sério, até agora estou tentando processar esse trailer. Deu para notar que teremos um Batman como nunca visto até então e uma trama alucinante. A cena aonde o Batman persegue o Pinguim foi uma das melhores sequências que já vi até hoje em um filme de herói e não estou exagerando, quando ele sai do meio das chamas e desce do carro sentimos sua frieza e até mesmo um tom meio psicopata por parte do homem morcego. Podemos notar que esse não será um simples filme de super heróis, teremos muitos elementos interessantíssimos sendo explorado aqui.

Mas por que raios a DC deveria fechar as portas?

É óbvio que esse é um título um tanto quanto apelativo mas com uma provocação às decisões criativas da DC como um todo e ao universo compartilhado e, quem sabe até um presságio se nada for feito.

Desde o lançamento de Liga da Justiça de Joss Whedon os fãs da DC viraram motivo de piadas, tal qual o universo DC e com toda razão, explico; Quando a DC tentou copiar a fórmula Marvel ela pegou o que há de pior da rival e aplicou no seu universo, como as piadas excessivas, o humor pastelão, e o tom alegre que não combina em nada com um universo que tem como seu carro chefe um herói órfão que usa isso como motivação para espancar bandidos, ou seja, elementos que funcionam na Marvel, por ela ter como mentor um homem como Kevin Feige que possui uma visão muito mais centralizada de seu universo, funciona justamente pois Kevin Feige junto à equipe criativa da MARVEL estabeleceu um tom e uma linha narrativa de seu universo que vem sendo mantida até então. Já na DC, não existe a figura de uma pessoa que estabeleça um tom e uma linha narrativa para o seu universo, existem produtores e pessoas que não só limitam a atuação de determinados diretores como tentam adicionar elementos que não convém à tramas diversas.

Mas o que a DC deveria/deve fazer?

A primeira coisa a se fazer é colocar um indivíduo como Kevin Feige para organizar e controlar a produção criativa do universo compartilhado. Geoff Johns deveria ter aprendido com seu amigo “Kevinho” como se administra uma galeria de personagens como a DC, Kevin Feige (com todas as críticas que eu possuo à ele) é um cara que entende, gosta, e sabe o que fazer com os personagens Marvel. Mercadológica ou não, ele tem uma visão que dá certo pois ele não aceita perder o controle de seu MCU e assim deve ser com a DC. Jim Lee foi cotado recentemente para este cargo mas Walter Hamada ficou em seu lugar como um tiro de kriptonita no peito do Superman.

Caro Walter Hamada, não adianta anunciar/lançar um milhão de filmes de personagens legais como o próprio Besouro Azul se todos esses filmes não se conectam, o público em geral quer poder assistir esse filme e teorizar o impacto que determinado filme terá para aquele universo, ou o que o final de um filme influenciará no próximo.

Esquadrão Suicida de James Gunn é ótimo, mas por que a bilheteria não vingou? Porque a galera não se importa com um reboot de um filme que não terá consequências para o universo. Coloque uma cena pós créditos dando sinal para o filme seguinte ou para um filme futuro, cite o Superman ou o Batman, ou até um easter egg seria interessante.

Os céus e meu amigo são testemunhas de como vibrei com a cena do Superman no final de Shazam na sala de cinema, me tiraram de louco mas aquilo era o grito de esperança de um DCNAUTA órgão de filmes conectados. Esse papo de que “filmes isolados” é o melhor para a DC é papo de clubista que tem medo do potencial da DC, isolado tá o Botafogo do futebol brasileiro. Filmes da DC tem que ser compartilhados sim para que lá na frente haja um evento como o que teve na Marvel e nisso a DC não precisa mesmo imitar a Marvel, porque o que os marvetes estão chamando de multiverso agora, a DC criou lá no passado nas revistas do Flash.

Eu falo como um fã de quadrinhos, não sou clubista e amo todos os universos, mas a Warner Bros. e a DC precisam tomar vergonha na cara para ontem ou então fechar suas portas.