American Playboy – A série sobre a conturbada vida e obra de Hugh Hefner

Um pouco de opinião sobre o seriado que conta a vida do polêmico Hugh Hefner e de sua maior criação: a não menos polêmica revista Playboy.

Com certeza uma das pessoas mais polêmicas com fama mundial, foi Hugh Hefner, o controverso empresário que criou a Playboy, uma das revistas mais famosas do mundo por motivos que todos conhecem bem.

Hefner é conhecido por ter sido um sujeito mulherengo, extremamente rico e do ponto de vista de muita gente, até mesmo devasso e pervertido.

Lançado e produzido pela Amazon e disponível já tem um tempo no catálogo do Prime Video, American Playboy: A História de Hugh Hefner é uma série que mistura elementos de documentário e dramatização para contar sobre vida de Hefner e sua maior criação, buscando mostrar quem era de verdade o pai da Playboy.

A série acaba se revelando mais interessante do que se aparenta de início, pois além de contar a história da Playboy, fala também de vários pontos importantes da história americana que tiveram ligações diretas com a revista, como os movimentos de direitos civis para os afro-americanos, a guerra do Vietnã, a ascensão do Feminismo (que logicamente era contra a publicação) e por aí vai.

Vamos falar aqui sobre a série e de como ela pode ser bem atrativa para quem busca um conteúdo um pouco mais diferente no Prime Video.

Meu nome é Hefner, Hugh Hefner

Como dito acima, a série se utiliza de fotos e vídeos de arquivo, entrevistas e reconstituições cinematográficas para contar tudo sobre Hugh Hefner, de sua juventude ao fim de sua vida.

Nessas reconstituições Hefner é vivido por Matt Whelan, que convence bastante na sua interpretação.

O seriado é dividido em dez episódios, mostrando desde a origem de Hefner que ironicamente nasceu em uma família conservadora de Chicago, dos esboços que criou na juventude do que se tornaria a Playboy no futuro, do seu trabalho na sua até então revista masculina favorita, a Esquire e como a sua insatisfação com a mesma o levou á criar a sua própria revista, só que com o desejo inusitado de colocar fotos de mulheres nuas.

Hefner queria fazer uma revista que abordasse aspectos importantes e sofisticados do universo masculino, mas que também fosse uma publicação ousada, mostrando para os conservadores anos 50, que sexo é uma coisa boa.

Após se aliar a parceiros que compraram a sua ideia, Hefner precisava da modelo perfeita para estampar a primeira revista e ele a conseguiu após comprar as cobiçadas fotos de nudez de uma das mulheres mais lindas e famosas de todos os tempos: Marilyn Monroe.

O sucesso da Playboy (que Hefner queria chamar de “Stag Party”, mas foi obrigado á mudar o nome por questões de direitos atuais) foi imediato.

Com o dinheiro adquirido e o sucesso subindo a cabeça, Hefner se reinventou se inspirando em figuras como James Bond e no amigo e parceiro de negócios Victor Lownes, que era um verdadeiro playboy, Hefner criou para si a persona de Bon vivant com a qual ficou conhecido e isso foi só o começo.

Um verdadeiro império

Além do sucesso da revista, logo a Playboy se expandiu, tendo programas de TV, clubes, cassinos, resorts e até mesmo uma gravadora e um estúdio de cinema.

A Playboy se tornou uma das marcas mais reconhecidas do planeta e todo esse lucro fez com que Hefner comprasse as suas famosas mansões e até mesmo um avião particular.

Porém, nem tudo na história da revista são flores, Hefner e companhia também passaram por situações nada agradáveis.

Sexo, drogas e escândalos

Como dito acima Hefner, seus amigos e empresa passaram por situações difíceis no decorrer das décadas, como o fato deles terem aceito pagar suborno para abrir alguns de seus clubes, as acusações de que a publicação era obscena (que rendeu uma prisão para Hefner), ataque de feministas, a competição com a revista Penthouse que era muito mais ousada, o suicídio da amiga e secretária de Hefner, Bobbie Arnstein, após ser condenada por tráficos de drogas (do qual dizem rolavam soltas nas mansões e casas noturnas da empresa), o assassinato da playmate Dorothy Stratten, a quase falência da empresa, a vida amorosa tumultuada de Hefner, já que os seus relacionamentos sempre acabavam mal graças ao seu comportamento e outros momentos nada agradáveis.

E por fim a série vale a pena?

Na minha opinião sim, mesmo que você odeie a Playboy, do meu ponto de vista é interessante saber a sua história, como ela surgiu e o seu legado, sem falar que muito de sua trajetória se confunde com boa parte da história americana, que se refletia na revista e porque não dizer que o contrário também aconteceu? já que a própria Playboy também criou tendências.

Claro, o programa não me pareceu tão verdadeiro assim, tentando mostrar a coisa de uma maneira mais positiva e se esforçando para mostrar Hugh Hefner como uma figura mais simpática para quem não vai muito com a cara do famoso criador da Playboy.

Curiosamente a série foi lançada em 2017, apenas alguns meses antes da morte de Hefner, que por mais mórbido que pareça acabou sendo até “apropriado”, pois todos que ficassem curiosos em conhecer melhor o empresário após saber de seu falecimento, poderiam assistir a série.

Então assista American Playboy, principalmente se você era daqueles que escondia a revista embaixo do colchão ou só comprava “para ler as entrevistas”, garanto que vai gostar.