Crítica: High Score (GDLK)

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Recentemente foi lançada na Netflix a série documental High Score (também chamada de GDLK), série essa que se propõe á contar a história da indústria dos videogames, falando desdo pré-histórico Pong ao atual cenário de E-Sports que faz tanto sucesso quanto os esportes tradicionais.

Porém apesar de ter pontos positivos, a série também tem alguns deslizes, vamos falar de ambos aqui.

De Pac-Man á Doom

A série aborda de uma maneira bem interessante, as histórias dos principais jogos e consoles que divertiram tanta gente no decorrer das décadas. Falando de plataformas como os tradicionais arcades, as máquinas de pinball, videogames clássicos como o Atari 2600, NES e Mega-Drive, games famosos como Mario e Street Fighter e mais obscuros como o GayBlade, um RPG com temática LGBT e controversos como o Night Trap.

Entrevista figuras importantes e chaves da indústria como Tomohiro Nishikado , criador de Space Invaders e Howard Scott Warshaw , o desenvolvedor do simplesmente “pior jogo da história” E.T. – O Extraterrestre, foi uma boa, assim como nomes mais obscuros como o de Jerry Lawson, um pioneiro na fabricação de cartuchos para consoles.

A série também se sai bem por não ser monótona e usar de efeitos especiais e uma narração cômica feita por Charles Martinet (dublador do Mario), que tornam a coisa mais divertida (provavelmente inspirada pela série também documental The Toys That Made Us, esta sobre brinquedos clássicos).

Porém nem tudo são flores, hora de falar dos problemas.

Contando as Histórias Erradas

Um dos pontos negativos é o foco um pouco longo demais, em vencedores de competições de games do passado como Jeff Hansen que venceu o campeonato mundial da Nintendo e Takahiro Nakano, que ganhou em um torneio de Street Fighter II. Acredito que essas façanhas deveriam ser mencionadas sim, mas infelizmente acaba tirando o foco do que francamente interessa na hora de contar as histórias dos games.

Por exemplo eles falam apenas superficialmente do Famicom, a versão original do NES. Entrevistam Tom Kalinske que era o CEO da Sega americana na época da guerra SNES/Mega-Drive, mas não se aprofundam tanto na guerra em si e na criação do Sonic. Como também falam de Final Fantasy, sem citar Dragon Quest e do sucesso de Street Fighter e Mortal Kombat, mas também sem mencionar mesmo que brevemente, a verdadeira enxurrada de outros jogos de luta que vieram na esteira como por exemplo The King of Fighters e Killer Instinct.

Se o expectador não conhecer melhor essas histórias antes por outras fontes, acaba perdendo muitos fatos importantes. E sim entrevistar figuras chaves como John Tobias o co-criador de Mortal Kombat e Toru Iwatani , o pai de Pac-Man foram aspectos muitos bons, mas não custava nada tentar entrevistar outras lendas como Shigeru Miyamoto, Yuji Naka, Takashi Nishiyama (criador do Street Fighter original) e Ed Boon por exemplo.

Game Over

Para finalizar, a série não é ruim, está longe disso, mas ficou devendo um maior capricho da produção e a maneira que encontraram para contar as histórias é um tanto quanto equivocada. A inspiração em The Toys That Made Us deveria ter ido além só do aspecto humorístico da coisa e como a série dos brinquedos focar mais em contar melhor as histórias.

High Score/GDLK é uma boa série sobre a história dos games, mas infelizmente é preciso dizer que existem obras melhores sobre o mesmo tema, alguns canais no YouTube mesmo já se saíram melhor por exemplo, ainda assim vale uma conferida.

Pipoca Extra: