Diferentes Universos de Super-Heróis

janeiro 10, 2023 - 5:36 PM
DC e Marvel

Na cultura pop existem diversas abordagens diferentes para o gênero super-herói. Algumas que ficaram muito queridas e fizeram um grande sucesso e outras que já não se saíram assim tão bem, mas que também deixaram a sua marca.

Nesse artigo iremos falar de algumas delas e o seu impacto entre os fãs da galera de capa e colante.

DC e o Seu Universo Tradicional

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Apesar de ter uma certa discussão, existe um maior consenso de que o Superman deu início aos super-heróis e por isso nem é surpreendente que ele faça parte de um dos primeiros e mais clássicos universos compartilhados com heróis uniformizados.

A DC foi por muitas décadas o maior exemplo de um universo tradicional de heróis.

Heróis com um grande senso de justiça dos quais as suas vidas civis não eram assim tão abordadas, focando mais nos seus feitos e aventuras.

Claro, isso mudou com os anos e um lado mais dramático dos heróis da DC foi abordado, mas tradicionalmente Superman, Batman, Mulher Maravilha e etc são tratados como deuses entre os homens.

Uma perspectiva mais clássica dos heróis, algo quase mitológico, quase bíblico.

Marvel e os Seus Heróis Falhos

Quando a Marvel na Era de Ouro ainda atendia pelo nome de Timely Comics, ela era essencialmente similar á DC (assim como a grande maioria dos super-heróis do período).

Só nos anos 60, com a reformulação que Stan Lee, Jack Kirby, Steve Ditko e os demais promoveram que a Casa das Ideias começou á realmente se diferenciar da Editora das Lendas.

Sim, havia muito heroísmo e atos grandiosos nas histórias do universo Marvel, mas também havia o cotidiano comum dos heróis e das pessoas que habitavam aquele mundo.

Homem de Ferro era um homem com problemas cardíacos (que mais tarde teve que lidar com o alcoolismo), Hulk era visto como um monstro e perseguido por isso, os X-Men sofriam preconceito, o Quarteto Fantástico era mais uma família do que uma equipe, Thor vivia o dilema de ser um deus preso no corpo de um homem debilitado e até mesmo o Capitão América, personagem criado nos anos 40 e resgatado naquele período tinha as suas questões de ser um homem fora do seu tempo.

Mas nenhum personagem atraiu tanto a simpatia dos leitores quanto o Homem Aranha.

Peter Parker era a personificação perfeita da grande maioria dos leitores de quadrinhos, jovem, nerd, desajustado, com problemas financeiros e amorosos, totalmente relacionável com o público.

Sem falar que as histórias do universo Marvel em sua grande maioria eram ambientadas em lugares reais e não cidades fictícias como Metrópolis ou Gotham, as tramas se passavam no Queens, em Hell’s Kitchen e etc, isso ajudava ainda mais á se aproximar do público.

A Marvel foi a pioneira em dizer com as suas histórias que um herói pode ser qualquer um.

Os Heróis Badass da Image

Wildcats

Nos anos 90, liderados por Todd McFarlane alguns dos artistas mais badalados da Marvel insatisfeitos com as condições de trabalho abandonaram a editora e resolveram formar a sua própria.

Surgia assim a Image, um fenômeno de vendas que chegou a obrigar as próprias Marvel e DC á imitarem seu estilo para pelo menos tentarem competir.

Como o nome já deixava claro, os heróis ou melhor os anti-heróis da Image tinha histórias mais focadas no visual do que em realmente ter bons roteiros, coisa que os próprios artistas já admitiram.

Spawn, Wildcats, Youngblood, Savage Dragon e etc eram revistas que queriam impressionar por suas cenas de ação de página inteira, heróis estilosos e mulheres sensuais.

Claro, com o tempo isso acabou se desgastando e a Image começou a melhorar os roteiros e investir em histórias foram do gênero super-herói como o The Walking Dead, mas é evidente que os seus anti-heróis brucutus dos anos 90 acabaram se tornando uma parte importante da história das histórias em quadrinhos.

Os “Heróis” nada heroicos de The Boys

A Marvel tem heróis falhos e a Image anti-heróis, porém Garth Ennis com os seus The Boys resolveu mostrar um universo onde a grande maioria dos “super-heróis” são na verdade pessoas cruéis, desprezíveis, sádicas e depravadas.

Um mundo com uma visão extremamente pessimista dos super-heróis, mostrando que não existe diferença entre eles e os vilões e que pessoas comuns ficariam simplesmente á mercê dos ditos “heróis”.

Essa abordagem brutal do gênero fez de The Boys um sucesso, principalmente sua série de TV que é uma das mais queridas e assistidas da atualidade.

Invencível: O Meio Termo Ideal?!

Se você não gosta da visão mais clássica dos super-heróis, mas também considera a abordagem cínica de The Boys um pouco demais, o ideal para você parecer ser Invencível.

O universo criado por Robert Kirkman (o também criador do já citado The Walking Dead), mostra um mundo onde os heróis realmente tentam ajudar as pessoas, mas também nem tudo são flores.

Coisas dão terrivelmente erradas, pessoas morrem e como em The Boys, heróis podem não ser tão heroicos assim.

Mas também existem coisas que se assemelham á histórias mais tradicionais de super-heróis fazendo de Invencível uma abordagem única do gênero.

My Hero Academia: O Jeito Nipônico de Fazer Heróis

Desde sempre o Japão tem o seu próprio jeito de contar histórias e os seus próprios heróis.

Lá não temos muita gente com cueca por cima da calça e sim Ultraman, Kamen Riders e equipes Super Sentai.

Até mesmo o Homem Aranha quando foi adaptado ao Japão adotou o estilo de lá.

Além dos tokusatsus, também temos os heróis japoneses dos animes e mangás, de obras como Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball (apesar que aos olhos de muita gente, Son Goku e seus amigos são mais anti-heróis do que heróis, mas isso é outra história).

Porém, o mangáka Kohei Horikoshi resolveu fazer heróis japoneses mais similares aos americanos.

Uma homenagem e ao mesmo tempo uma paródia do que vemos na DC e na Marvel.

Boku no Hero Academia, também conhecido como My Hero Academia mostra um mundo onde a grande maioria das pessoas nasceu com algum poder especial (chamada de “individualidade” na obra) e eles usam esses poderes como heróis ou vilões.

O protagonista Izuku Midoriya nasceu sem qualquer poder, mas assim mesmo quer se tornar um super-herói e ele ganha a sua grande chance após impressionar o seu maior ídolo, o All Might, o Superman daquele universo, que lhe passa o seu poder.

Hero Academia, chamado por alguns de “O Naruto de super-heróis”, conquistou vários fãs por trazer mais uma visão diferente do “mito dos super-heróis”.

Ao lado de The Boys e Invencível, Boku no Hero prova que o gênero não está assim tão desgastado como alguns mais pessimistas afirmam.

E você, gosta de todas essas visões diferentes sobre os heróis?

Qual é a sua favorita?

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